sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Segunda Resenha - Júlia Rossiter

O Teatro Simbolista

Como o movimento simbolista (Nas histórias do movimento simbolista não se deu muita atenção ao teatro que se originou dele.) rejeita a abordagem da vida real, no palco os personagens não são humanos (O simbolismo no teatro é considerado um movimento precursor das práticas cênicas contemporâneas). Constituem a representação de idéias e sentimentos. (O tema é abstrato: a própria morte. Toda encenação é verdadeiramente simbolista, sem qualquer localização especifica ou materialização da idéia).

A forte relação com os impressionistas faz com que o som, a luz, a cor e o movimento tenham destaque nas encenações. Um dos principais textos teatrais é Pelléas et Mélisande, do belga Maurice Maeterlinck (seu tema, o enredo e as personagens são estereotipadas e sem originalidade. A peça trata do eterno triângulo ).(1862-1949).

Em cena, os personagens materializam expressões poéticas sobre a brevidade e a falta de sentido da vida (no teatro simbolista nenhum objeto é decorativo; ele está ali para exteriorizar uma visão, sublinhar um efeito, desempenhar um papel na subcorrente de acontecimentos imprevisíveis). Outros dramaturgos importantes são o italiano Gabriele D'Annunzio; o norueguês Henrik Ibsen; na fase final de sua carreira; o irlandês William Yeats; e os portugueses João da Câmara (1852-1908) e Raul Brandão (1867-1930).

SIMBOLISMO NO BRASIL – O teatro simbolista (o simbolismo francês e o encenador Lugné-Poe tiveram considerável influência no Brasil, ao menos no campo das idéias) começa a ser escrito e encenado no início do século XX. A produção de textos é pequena (No que diz respeito à cena brasileira, o simbolismo foi um movimento de pequenas proporções, o que não impediu alguns dramaturgos de escreverem peças com fortes traços da tendência).

Falam da sociedade carioca da época. Os principais dramaturgos são Roberto Gomes (1882-1922), que escreve O Canto sem Palavras e Berenice, e Paulo Barreto (1881-1921), autor de Eva. Em 1933, Paulo Magalhães (1900-1972) monta A Comédia do Coração, que põe no palco personagens simbólicos, como Dor, Paixão e Ciúme (O confronto entre a poética desses autores e a prática teatral corrente nas primeiras décadas do século é um meio eficaz de análise do teatro brasileiro do período, injustamente esquecido pela maioria de nossos historiadores).

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