quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Resenha de Caio Caldas

Teatro de Revista

Trabalho II

Texto extraído do site: http://guiadoscuriosos.ig.com.br/index.php?cat_id=54826


O Teatro de Revista foi trazido para o Brasil no final do século XIX pelos imigrantes portugueses. Esse gênero de comédia já era muito popular em Portugal desde o início do século. O texto era marcado pelo humor leve e popular, acompanhado de várias cenas musicais e de danças de forte apelo sexual.

As responsáveis pelo “alvoroço sexual” eram conhecidas como vedetes. Eram atrizes que, além de atuar, também dançavam em trajes ousados e sempre de pernas de fora. Por causa delas, um dos nomes usados para designar este tipo de espetáculo era “Teatro do Rebolado”.A primeira peça do gênero encenada no Brasil foi “As Surpresas do Sr. José da Piedade”, de Justiniano de Figueiredo Novaes. A apresentação aconteceu em 1859, no Teatro Ginásio, no Rio de Janeiro.

No início as peças cumpriam fielmente o roteiro cômico. Em 1922 a companhia francesa Ba-Ta-Clan, de Madame Rasimi, veio ao país, e trouxe consigo um novo conceito. Mulheres lindas e insinuantes cantavam e dançavam no palco com roupas chamativas, levando os homens à loucura. Logo o estilo fez muito sucesso, e o teatro brasileiro incorporou as cenas de nudez feminina. Conforme iam se popularizando, as produções tornavam-se cada vez mais apelativas. Na década de 40, o gênero passou por uma nova reformulação, alavancada pelo autor e produtor Walter Pinto. Walter começou a criar superproduções musicais, com grandes coreografias, cenários elaborados e mais mulheres nuas. Mesmo assim, o Teatro de Revista começou a entrar em decadência na década de 50.Muitos artistas descobertos no Teatro de Revista foram aproveitados na televisão, que era a novidade da época. Entre eles estão: Dercy Gonçalves, Oscarito, Henriqueta Brieba, Grande Otelo, Agildo Ribeiro, Dorinha Duval, Leila Diniz e Marília Pêra.
  • Comentários:

- O texto não faz nenhuma referência às origens do Teatro de Revista (chamado, também, de revista), que provém das vaudevilles parisienses; comédias teatrais com textos de caráter caricatural, que satirizavam os costumes da nascente burguesia capitalista. As vaudevilles parisienses eram constituídas por pequenos coros e personagens pouco desenvolvidos psicologicamente, os quais, geralmente, se deparavam com situações imprevistas.

- No Brasil, o Teatro de Revista era caracterizado, inicialmente, por relatar os principais acontecimentos do ano que havia passado de forma crítica e cômica. Esses acontecimentos eram, na maioria das vezes, políticos e sociais. A encenação era feita numa estrutura fragmentada, composta por quadros ligados apenas por um enredo sutil – tudo bem no modelo francês. A ligação entre os quadros era conduzida por personagens que permeavam a maioria das histórias, como o compère (compadre), ou personagens tipificadas, como a mulata e o malandro.

- Não é tratada no texto a grande importância da música (ou do samba) para a revista e vice-versa. Na época da primeira guerra mundial o Brasil fica isolado de outros países do mundo, e sua produção artística torna-se muito mais genuína, ganhando aspectos totalmente brasileiros. É então, que a cultura popular e a música passam a ganhar destaque, com o samba como elemento principal do Teatro de Revista. Canções saíam dos palcos e se popularizavam, assim como as já populares saíam da “boca do povo” para as apresentações de música, dança e interpretação das vedetes e artistas.

- O “alvoroço sexual” do qual trata o autor do texto, não foi sempre elemento marcante ou determinante no Teatro de Revista. Após a década de 1940 é que, por influência das produções sensuais e dançantes da Broadway, e pelo gosto de Walter Pinto, o maior empresário do Teatro de Revista do país, é que o essencial deixa de ser o talento musical e passa a ser a beleza física e a desenvoltura - nos picantes números de platéia - das vedetes, assim como os cenários e figurinos luxuosos.

- Não há muita informação no texto sobre os escritos dos autores brasileiros de Teatro de Revista. Bom, “As surpresas do Sr. José da Piedade”, é dita a primeira revista brasileira. Ela não ficou mais de uma semana em cartaz, e isso por falta de público e proibição da censura. A segunda tentativa foi em 1875, com “A Revista do Ano de 1875”, de Joaquim Serra, que não obteve sucesso por abusar das sátiras políticas. No mesmo ano, e do mesmo autor, “Rei morto, rei posto” revela que o público começa a aceitar a nova forma de teatro.

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