terça-feira, 16 de outubro de 2007

Resenha de Mariana Alves

Teatro medieval

É marcante do século X ao início do século XV e tem grande influência no século XVI. A princípio são encenados dramas litúrgicos em latim, escritos e representados por membros do clero. Os fiéis participam como figurantes e, mais tarde, como atores e misturam ao latim a língua falada no país. (Nota-se, o poder de religião sobre o início do teatro na era medieval. A igreja, que fez morrer o teatro, foi que o fez renascer na Idade Média. Até partes em latim, as encenações apresentavam, que são, uma forma de demonstrar essa presença religiosa, já que o latim, era a língua oficial da Igreja). As peças, sobre o ciclo da Páscoa ou da Paixão, são longas, podendo durar vários dias. (Demonstração de liturgia representada através das peças). A partir dos dramas religiosos, formam-se grupos semiprofissionais e leigos, que se apresentam na rua. Os temas ainda são religiosos, mas o texto tem tom popular e inclui situações tiradas do cotidiano (Isso ajudaria ainda mais a expandir a influência da Igreja Católica. Os temas religiosos eram montados em cima de situações cotidianas do trabalho das pessoas, como, por exemplo: os trabalhadores de estaleiros, faziam peças que tivessem a ver com seu trabalho, encenando, então, a Arca de Noé). Na França, os jeux (jogos) contam histórias bíblicas.

A proibição dos mistérios (temas do antigo ou novo testamento) pela Igreja, em 1548 já na idade moderna, tenta pôr fim à mistura abusiva do litúrgico e do profano. (Essa mistura se deve a abrangência que o teatro começou a ganhar, quando fixou um tom mais popular). Essa medida consolida o teatro popular. Os grupos se profissionalizam e dois gêneros se fixam: as comédias bufas, chamadas de soties (tolices), com intenções políticas ou sociais; e a farsa (construída através de tipos caricaturados, que visava corrigir os costumes, por meio do riso), como a de Mestre Pathelin, que satiriza o cotidiano. Seus personagens estereotipados e a forma como são ironizados os acontecimentos do dia-a-dia reaparecem no vaudeville, que no século XVII será apresentado nos teatros de feira. (Os conflitos não são necessariamente religiosos. Os autores preferem eleger um tema e falar sobre a trajetória do homem na terra e as tentações que surgem no meio dessa caminhada. Esses grupos sustentavam que eles tinham um escopo “moral” e sempre existia um castigo para quem fazia o mal. É o chamado “teatro das moralidades”).

Autores medievais - No século XII, Jean Bodel é o autor do Jogo de Adam e do Jogo de Saint Nicolas. Os miracles (milagres), como o de Notre-Dame (século XV), de Théophile Rutebeuf, contam a vida dos santos. E, nos mistérios, como o da Paixão (1450), de Arnoul Gréban, temas religiosos e profanos se misturam. A comédia é profana, entremeada de canções. O Jogo de Robin et de Marion (1272), de Adam de la Halle, é um dos precursores da ópera cômica.

Espaço cênico medieval - O interior das igrejas é usado inicialmente como teatro. Quando as peças tornam-se mais elaboradas e exigem mais espaço, passam para a praça em frente à igreja. Palcos largos dão credibilidade aos cenários extremamente simples. Uma porta simboliza a cidade; uma pequena elevação, uma montanha; uma boca de dragão, à esquerda, indica o inferno; e uma elevação, à direita, o paraíso (Mais uma vez, o poder religioso é demonstrado no modo em que o “palco” é montado. Paraíso, Inferno demonstram claramente isso). Surgem grupos populares que improvisam o palco em carroças e se deslocam de uma praça a outra. (Esses grupos foram chamados de trupe, seus atores eram os Saltimbancos e eram tratados como fora-da-lei, já que não encenavam peças religiosas, por conta disso, começaram a usar máscaras para disfarçar-se. O circo é uma arte que descende desse tipo de teatro).

Fonte: http://www.theatro.ocrocodilo.com.br/historia_medieval.html

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