terça-feira, 16 de outubro de 2007

Resenha de Júlia Rossiter

O Teatro Romântico

Além da poesia e da ficção, obras do gênero dramático também foram produzidas no Romantismo. O teatro romântico (Teve, na França, o seu apogeu, na primeira metade do século XIX. Repousou na tradição da tragédia e da comédia clássicas, do teatro shakesperiano, do drama burguês e do melodrama de fins do século XVIII, além de sugestões do teatro de tradição nacional de algumas literaturas) define-se apoiado na tradição clássica do teatro de Shakespeare, no drama burguês e no teatro tradicional de algumas literaturas.

No Romantismo, há o rompimento da lei das três unidades do teatro clássico (tempo, espaço, ação); passa-se do verso à prosa. Com a transformação do teatro clássico, concebe-se um teatro moderno para
os problemas humanos, morais, sociais da época (No gênero romântico o verso não é mas obrigatório. A temática passa a ser: situações cotidianas, grandes feitos romanescos, adultérios e dilemas sociais). As peças apresentam multiplicidade de circunstâncias e de personagens (chega-se à concepção do drama moderno, voltado para os grandes problemas humanos, sociais, morais, históricos, com multiplicidade de circunstâncias e de personagens, enriquecendo-se assim a variedade da peça. Os personagens são facilmente encontrados, cotidianos e de diversas classes).

Com a vinda da família real para o Brasil (1808) é que nasce rigorosamente o teatro nacional
(Surgiram bibliotecas, universidades, imprensa, possibilitando um maior acesso da população à arte).Gonçalves de Magalhães e o ato João Caetano dos Santos são considerados os introdutores do teatro brasileiro (Entretanto, a consolidação do teatro, no Brasil, deu-se com Martins Pena, chamado na época de o "Molière brasileiro", que abriu o filão da comédia de costumes, o gênero mais característico da tradição cênica brasileira).

Gonçalves de Magalhães escreve, em
1838, a primeira peça romântica no Brasil: Antonio José ou o Poeta e a Inquisição. A peça Leonor de Mendonça, em três atos, escrita em prosa por Gonçalves Dias, revela a consciência do drama moderno (formulação teatral surgida no século XIX, e que tem este nome para não ser confundido com o gênero dramático. Seus principais traços são a liberdade de expressão, a eventual mistura entre o sério e o cômico e o estudo do homem burguês em seus conflitos familiares e sociais, dentro de uma ótica realista).

José de Alencar e Joaquim Manuel de Macedo são exemplos significativos da missão reformadora do teatro romântico. Em 1855, o teatro brasileiro passa por uma renovação: “os dramalhões e as comédias são substituídos pelos chamados dramas de casaca, teatro da atualidade, de tese social e de análise psicológica, transição para o teatro realista”, conforme diz Soares Amora.

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