O Teatro Medieval
(Retirado de http://liriah.teatro.vilabol.uol.com.br/historia/teatro_medieval.htm)
É marcante do século X ao início do século XV e tem grande influência no século XVI (a manifestação teatral européia na Idade Média é variada por dois motivos principais: é um período de duração longa, aproximadamente mil anos; e envolve o território de um continente inteiro, culturalmente heterogêneo. No ápice do desenvolvimento do teatro medieval francês, por exemplo, a Península Ibérica não apresentava qualquer evolução nas artes cênicas devido à dominação islâmica, que não via com bons olhos o teatro). A princípio são encenados dramas litúrgicos em latim, escritos e representados por membros do clero. Os fiéis participam como figurantes e, mais tarde, como atores e misturam ao latim a língua falada no país (imagino que a capacidade dramatúrgica do clero era bem limitada e pouco versátil, daí a necessidade de convidar os fiéis a fazer parte do teatro. O fato de algumas peças serem encenadas em idiomas locais que não o latim, já demonstra um sutil progresso na popularização das artes cênicas na Idade Média). As peças, sobre o ciclo da Páscoa ou da Paixão, são longas, podendo durar vários dias. A partir dos dramas religiosos, formam-se grupos semiprofissionais e leigos, que se apresentam na rua. Os temas ainda são religiosos, mas o texto tem tom popular e inclui situações tiradas do cotidiano (em dado momento do filme “O Sétimo Selo”, do cineasta sueco Ingmar Bergman, há a apresentação de um grupo teatral medieval laico. Por esse filme é possível perceber que os atores dessa época não limitavam sua habilidade artística unicamente a interpretar, mas também eram músicos e praticavam arte circense)
Na França, os jeux (jogos) contam histórias bíblicas. A proibição dos mistérios pela Igreja, em 1548 já na idade moderna, tenta pôr fim à mistura abusiva do litúrgico e do profano (suponho que as encenações notadamente profanas atraiam mais público que as litúrgicas. A Igreja Católica, como sempre grande censora, decidiu abolir o fator herético das peças). Essa medida consolida o teatro popular. Os grupos se profissionalizam e dois gêneros se fixam: as comédias bufas, chamadas de soties (tolices), com intenções políticas ou sociais; e a farsa, como a de Mestre Pathelin, que satiriza o cotidiano (o gênero comédia, que irrompe ainda na Grécia Antiga, torna-se muito relevante nos tempos medievais. Mas, ao contrário da comédia grega, que chegava a ironizar deuses e nobres através das obras de Aristófanes, o humor da “Idade das Trevas” era muito menos iconoclasta. Há, também, outros gêneros medievais: tropos, pequenas encenações da liturgia cristã; autos, composições breves com personagens bíblicos ou folclóricos; drama religioso, desenvolvido dentro das normas do teatro grego). Seus personagens estereotipados e a forma como são ironizados os acontecimentos do dia-a-dia reaparecem no vaudeville, que no século XVII será apresentado nos teatros de feira (vaudeville foi um grotesco modo de entretenimento que misturava “circo de horrores”, peças de um ato, canções burlescas. O fato desse tipo de recreação ter perdurado até meados do século XX prova que o indivíduo moderno não é muito mais inteligente que um sujeito comum do século XVII)
Autores medievais - No século XII, Jean Bodel é o autor do ''Jogo de Adam'' e do ''Jogo de Saint Nicolas''. Os miracles (milagres), como o de ''Notre-Dame'' (século XV), de Théophile Rutebeuf, contam a vida dos santos. E, nos mistérios, como o da ''Paixão'' (1450), de Arnoul Gréban, temas religiosos e profanos se misturam. A comédia é profana, entremeada de canções. ''O Jogo de Robin et de Marion'' (1272), de Adam de
Espaço cênico medieval - O interior das igrejas é usado inicialmente como teatro. Quando as peças tornam-se mais elaboradas e exigem mais espaço, passam para a praça em frente à igreja (outro local de grande importância para o desenvolvimento das artes cênicas na Idade Média, que não é citado no texto, são as moradias da nobreza, as cortes. O teatro era usado como forma de entretenimento dos grandes senhores feudais e de nobres). Palcos largos dão credibilidade aos cenários extremamente simples. Uma porta simboliza a cidade; uma pequena elevação, uma montanha; uma boca de dragão, à esquerda, indica o inferno; (acho contraditório pôr uma boca de dragão como representação do inferno. O dragão, na sua imagem mais conhecida, não é uma figura da mitologia cristã, e sim da mitologia pagã germânica) e uma elevação, à direita, o paraíso. Surgem grupos populares que improvisam o palco em carroças e se deslocam de uma praça a outra.
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