Kelly Cristina Oliveira Pinheiro da Silva
Publicidade e Propaganda- 1º Período
Teatro Moderno
Última atualização: 14/07/2007 01:44:09
Como já foi citado anteriormente, o Modernismo abalou as estruturas dos dramaturgos românticos e realistas. No Brasil, a Semana de Arte Moderna (1922) foi duramente criticada por grandes nomes da arte Realista como Machado de Assis e Monteiro Lobato. Machado chegou a afirmar que os modernistas eram formados por uma “paulicéia desvairada”. Já Lobato pôde rever seus conceitos para ingressar posteriormente para o quadro de autores modernistas. Alfred Jarry (1873 – 1907), autor do clássico Ubu Rei foi um dos principais críticos da estética dramática tradicional que romperam com o Realismo, propondo uma revolução artística. Houve muita discussão em torno das concepções modernistas, que visavam estender a arte para toda a sociedade, rejeitando a arte elitista, pois, para os modernistas, a arte era o componente orgânico de coesão social, que despertava interesse no ser humano, promovendo educação e divulgando a cultura de um país. Como a cultura é a representação dos hábitos e costumes de toda a sociedade, nada mais natural do que compartilhar as conseqüências benéficas da arte com todas as pessoas dentro do estado, indiferentemente de classes sociais. Com ideais inovadores, os textos Modernos buscaram dar mais veracidade às situações, viabilizando o contato maior com o público, principalmente por causa da verossimilhança das ações dos personagens em relação à sociedade. Não havia mais uma personificação da perfeição trabalhada no realismo, tampouco a visão romanceada dos personagens e sim a deflagração do homem imperfeito, ambíguo, com defeitos e qualidades diversas. Dessa busca incessante pela compreensão dos sentimentos humanos, nasceu o Surrealismo, o Dadaísmo e o Abstracionismo, que culminaram nas maneiras subjetivas de representarem o homem e seu mundo, os pensamentos e as “coisas” inanimadas que cercam os seres humanos, afrontando a razão e colocando-a subordinada à emoção. Foi no fim da década de vinte que começaram a surgir peças teatrais modernas no Brasil, com peças de Oswald de Andrade e Álvaro Moreyra. Porém, foi com Nelson Rodrigues que o modernismo fincou forte suas raízes na dramaturgia brasileira. Apesar da Semana de Arte Moderna ter sido arquitetada sobre o palco do Teatro Municipal de São Paulo, o teatro brasileiro não havia ainda explorado decentemente o gênero, de forma que, ao público, eram apresentados espetáculos cujos temas desgastavam-se cada vez mais com o passar dos anos. Nelson Rodrigues, em sua excepcional obra Vestido de Noiva, utilizou-se de nova linguagem, abolindo a narrativa realista, cuja estética era de textos com começo, meio e fim, para contar a história de maneira entrecortada e difusa, onde aos poucos é que o espectador vai compreendendo o contexto. Assim, o autor concatena, em três momentos diferentes, três formas de abordagem distintas, que, primeiramente apresenta à fantasia da personagem, para depois mostrar o que aconteceu em seu passado e finalmente o que acontece em seu presente, num contexto todo fragmentado com passagens que falam por si próprias – uma jóia da literatura e dramaturgia nacional! Apesar do modernismo antagonizar com o naturalismo, tem quem pense que foi nesse gênero que Nelson Rodrigues foi buscar os detalhes que chocam tanto os que assistem suas peças. Vestido de Noiva é uma obra prima pois, apesar de ser uma obra moderna, possui, em momentos destacados, fortes características expressionistas e realistas. Um outro autor modernista que utilizou-se de expressões extremadas em seus textos, abordando um cotidiano insano, com uma forte crítica à sociedade brasileira, foi o célebre Plínio Marcos, autor de, entre outros clássicos, Dois Perdidos Numa Noite Suja, peça que, em dois atos, aponta os problemas sociais latentes em São Paulo, contando a história de dois homens muito pobres que trabalham e moram juntos, que convivem na base da disputa de status, o que culmina na briga dos dois e na morte de um deles. Assim como Nelson Rodrigues, Plínio Marcos foi buscar no Naturalismo seu contexto chocante, sua visão pessimista a respeito do que assunta em suas peças teatrais, o que muitos condenam, erroneamente como “mau gosto”. Nelson Rodrigues foi duramente criticado por apresentar temas proibidos e imorais, por quebrar tabus e abordar assuntos como sexualidade, lenocínio, adultério, etc., mas o que se passa nas entrelinhas de peças teatrais como Engraçadinha e Bonitinha, Mas Ordinária, é um grito em favor da moralidade, uma deflagração da imoralidade humana em prol da conscientização da sociedade. O Teatro Moderno ganha importância nesse aspecto, por expor assuntos polêmicos de maneira aberta, profunda, democrática e com a riqueza de detalhes que permitem o espectador criticar, debater, pensar nas próprias atitudes e posicionar-se diante daquilo que participa e vê. BIBLIOGRAFIA BRECHT, BERTOLD, Estudos Sobre Teatro. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978 CIVITA, VICTOR, Teatro Vivo, Introdução e História. – São Paulo: Abril Cultural, 1976 MIRALLES, ALBERTO, Novos Rumos de Teatro. – Rio de Janeiro: Salvat Editora, 1979 SCHMIDT, MARIO, Nova História Crítica, Moderna e Contemporânea. – São Paulo: Editora Nova Geração, 1996
RESUMO
A arte moderna causou um impacto enorme na sociedade e foi duramente criticada por artistas Realistas/Naturalistas e Românticos. Essa revolução
pôde ser percebida primeiramente na literatura.
A proposta da arte Moderna era expandir o acesso à arte sem fazer distinção de classe social, rompendo assim com o estilo elitista comum nas escolas que a antecedeu. Essa proposta se baseia na arte como cultura, ou seja, através da arte a sociedade é traduzida (prezando pela veracidade). Nesse contexto o Homem passou a ser representado como um ser imperfeito (anti-herói), capaz de cometer erros e a partir desse comportamento nasceu o Dadaísmo, o Surrealismo e o Abstracionismo.
O apelo, muitas vezes encontrado no teatro Moderno nos remete ao Naturalismo e até hoje é erroneamente conceituado como de “baixo nível”, por abordar temas polêmicos como o adultério e a sexualidade entre outros temas cotidianos. A imoralidade é o argumento de seus críticos que não conseguem compreender que os temas citados anteriormente são acima de tudo uma crítica à imoralidade e ao mesmo tempo ao falso Moralismo da sociedade mais conservadora.
TEXTO 2:
O Teatro Medieval
liriah.teatro.vilabol.uol.com.br/historia/teatro_medieval.htm - 18k
É marcante do século X ao início do século XV e tem grande influência no século XVI. A princípio são encenados dramas litúrgicos em latim, escritos e representados por membros do clero. Os fiéis participam como figurantes e, mais tarde, como atores e misturam ao latim a língua falada no país. As peças, sobre o ciclo da Páscoa ou da Paixão, são longas, podendo durar vários dias. A partir dos dramas religiosos, formam-se grupos semiprofissionais e leigos, que se apresentam na rua. Os temas ainda são religiosos, mas o texto tem tom popular e inclui situações tiradas do cotidiano. Na França, os jeux (jogos) contam histórias bíblicas.
A proibição dos mistérios pela Igreja, em 1548 já na idade moderna, tenta pôr fim à mistura abusiva do litúrgico e do profano. Essa medida consolida o teatro popular. Os grupos se profissionalizam e dois gêneros se fixam: as comédias bufas, chamadas de soties (tolices), com intenções políticas ou sociais; e a farsa, como a de Mestre Pathelin, que satiriza o cotidiano. Seus personagens estereotipados e a forma como são ironizados os acontecimentos do dia-a-dia reaparecem no vaudeville, que no século XVII será apresentado nos teatros de feira.
Autores medievais - No século XII, Jean Bodel é o autor do Jogo de Adam e do Jogo de Saint Nicolas. Os miracles (milagres), como o de Notre-Dame (século XV), de Théophile Rutebeuf, contam a vida dos santos. E, nos mistérios, como o da Paixão (1450), de Arnoul Gréban, temas religiosos e profanos se misturam. A comédia é profana, entremeada de canções. O Jogo de Robin et de Marion (1272), de Adam de la Halle, é um dos precursores da ópera cômica.
RESUMO:
Com o advento do Cristianismo, o teatro não encontrou apoio e foi considerado pela igreja pagão. Desta forma, as representações teatrais foram extintas e os artistas foram desvalorizados. Ironicamente o retorno do teatro aconteceu, através da própria igreja, A princípio foram encenados dramas litúrgicos, em latim, escritos e representados por membros do clero que versavam sobre temas sagrados, extraídos da Bíblia .
Após a sua retomada, o teatro não era exibido apenas nas igrejas, as praças eram centros culturais onde as peças eram encenadas, embora as peças tivessem sempre uma atmosfera religiosa, o tema era um pouco mais livre; chamavam-se peças "profanas". No filme "O sétimo Selo" de Ingmar Bergman podemos compreender que a arte não desapareceu na idade média, apesar de definições um pouco desastrosa de "idade das trevas", ela sobrevivia na marginalidade sempre com muita sátira misturado ao sentimento de medo, comum na época, o que a torna um estilo artístico marcante.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
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