terça-feira, 20 de novembro de 2007

Segunda Resenha - Eduardo Schachnik Valença

O Teatro Medieval

O teatro medieval (séc. X ao XV na Europa. Há intensa atividade teatral na Itália, França, Espanha, Alemanha e Inglaterra.) é como o antigo, de origem religiosa; apenas a religião é outra (na idade média o cristianismo é dominante na Europa, controlando todas as formas de artes devido à forte influência da Igreja católica sobre a cultura). Os enredos são tirados da história bíblica (escritos em latim por membros do clero). As ocasiões de representação são as festas do ano litúrgico. O palco é a praça central da cidade (O interior das igrejas é usado inicialmente como teatro. Quando as peças tornam-se mais elaboradas e exigem mais espaço, passam para a praça em frente à igreja). Toda a população participa dele (Eram representados pelos membros do clero, os fiéis participavam como figurantes e, mais tarde, como atores e misturam ao latim a língua falada no país). Mas no palco também já se encontram os elementos cenográficos que, mais tarde, constituirão o "teatro de ilusão" moderno (Palcos largos dão credibilidade aos cenários extremamente simples. Uma porta simboliza a cidade; uma pequena elevação, uma montanha; uma boca de dragão, à esquerda, indica o inferno; e uma elevação, à direita, o paraíso. Surgem grupos populares que improvisam o palco em carroças e se deslocam de uma praça a outra). O valor literário das peças é muito desigual: entre cenas de lirismo religioso e humorismo popular (cenas do diabo e dos judeus) encontram-se longos trechos didáticos e declamatórios. (A proibição dos mistérios pela Igreja, em 1548 já na idade moderna, tenta pôr fim à mistura abusiva do litúrgico e do profano. Essa medida consolida o teatro popular. Os grupos se profissionalizam e dois gêneros se fixam: as comédias bufas, chamadas de soties (tolices), com intenções políticas ou sociais; e a farsa, como a de Mestre Pathelin, que satiriza o cotidiano).
No final da idade média e no começo do século XVI aparecem na Península Ibérica, dois grandes dramaturgos que, sem sair da técnica teatral medieval, enchem-na de idéias novas, em parte já humanistas e renascentistas. La Celestina, de Fernando Rojas (? -1541), é antes um romance dialogado; obra de influência imensa na Europa de então. As peças de Gil Vicente guardam o caráter de representação para determinadas ocasiões, litúrgicas, palacianas e populares.
(as principais obras do teatro medieval são: no século XII, o Jogo de Adam e o Jogo de Saint Nicolas de Jean Bodel. Os milagres, como o de Notre-Dame (século XV), de Théophile Rutebeuf, contam a vida dos santos. E, nos mistérios, como o da Paixão (1450), de Arnoul Gréban, temas religiosos e profanos se misturam. A comédia é profana, entremeada de canções. O Jogo de Robin et de Marion (1272), de Adam de la Halle, é um dos precursores da ópera cômica).

Texto original retirado de:
www.dionisius.hpg.ig.com.br/tea_mundo/tea_medieval.htm

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