terça-feira, 16 de outubro de 2007

Resenha de Marília Pires

O Teatro no Brasil

No Brasil, os primeiros contatos com o teatro aconteceram no século XVI, período barroco, início do Brasil colonial, com o padre José de Anchieta. Ele utilizou a arte para catequizar os índios. As peças eram apresentadas pelos próprios índios e faladas em tupi-guarani (não, não. Tupi é uma língua e guarani é outra), português e espanhol. Na Festa de São Lourenço , Pregação Universal , A Santa Inês, Na Vila da Vitória . Mistério de Jesus e O Rico Avarento e o Lázaro Pobre, são alguns textos da dramaturgia de Anchieta (tá, alguém entendeu alguma coisa do que eles quiseram dizer com essas últimas palavras que eu destaquei?).

No século seguinte o teatro brasileiro se diversificou com a introdução de novas peças trazidas da Espanha, além das encenações em língua portuguesa. O baiano Manoel Botelho de Almeida escreveu obras teatrais e Antônio José da Silva, o Judeu, contribui com peças que eram encenadas no Teatro do Padre Ventura, no Rio de Janeiro.

As representações aconteciam principalmente em ocasiões festivas, quando grupos amadores montavam, em praça pública, peças populares, em homenagem às autoridades.

O primeiro ator e dramaturgo a se destacar foi João Caetano. Carioca, nascido em 1808, interpretou clássicos de autores do teatro como Shakespeare e Molière, além de autores brasileiros. Hoje, a sala de teatro do Rio de Janeiro, que anteriormente se chamava de Real Teatro São João, construída em 1810 por determinação do imperador D. João VI, leva o nome de João Caetano, em homenagem ao dramaturgo.

Os circos brasileiros mais antigos organizaram-se na segunda metade do século XVIII. Em 1828, Manuel Antônio da Silva apresentou um espetáculo de dança sobre um cavalo a galope em uma residência particular.

Outra fase do teatro brasileiro acontece com o Romantismo, com ênfase (n)a literatura cotidiana e histórica do país. Dessa época destacaram-se Gonçalves de Magalhães, Martins Pena,
Leonor de Mendonça (esse é, na verdade, o nome de uma peça de Gonçalves Dias), Castro Alves e Joaquim Manuel de Macedo.

Em meados do século XIX, autores como Machado de Assis e Aluisio de Azevedo introduzem o Realismo através da literatura recheada de humor e sarcasmo que criticava as elites brasileiras.
No teatro, destacou-se o escritor Art
hur (Artur. Sem o “h”) de Azevedo que escreveu peças relacionadas às questões político-sociais do país(,). (D)Entre as quais (“)A Capital Federal(“) e (“)O Mambembe(“) , até hoje montadas em nossos teatros.

Já no final do século XIX, teve início a construção dos grandes teatros brasileiros como o Teatro Amazonas (1896), o Theatro Municipal do Rio de Janeiro (1909) e o Theatro Municipal de São Paulo (1911). As edificações foram inspiradas na Ópera de Paris. Nesses locais, em princípio, encenavam-se obras eruditas, óperas, orquestras, apresentações de grupos e artistas estrangeiros. Hoje esses teatros recebem todo tipo de espetáculos, do clássico ao regional.

Na década de 40, atores do leste europeu refugiaram-se no Brasil, introduzindo o método de Stanislávski no
Teatro Oficina (que, aliás, só surgiu no ano de 1958. Ah, foi de lá que saiu a Maria Alice “Tapa na Pantera” Vergueiro, vocês sabiam?), no Rio de Janeiro. A montagem de Ziembinski, para (“)Vestido de Noiva(“), de Nelson Rodrigues, em 1943, transformou o papel do diretor de teatro no Brasil e a obra revolucionou a dramaturgia brasileira.

Em 1948, o italiano Franco Zampari fundou o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) em São Paulo, transformando um casarão em teatro, com 365 lugares e equipamento de luz. Contratou técnicos da Europa, diretores, cenógrafos e iluminadores que ensinaram e formaram profissionais no Brasil.

As questões sociais passaram a ser discutidas nas peças brasileiras nos anos 50. Nelson Rodrigues despertou polêmica com peças consideradas escandalosas. Ariano Suassuna inovou o teatro regionalista.

Nesse período diversas companhias se formam(,) como o Teatro Popular de Arte, de Maria Della Costa; a Cia. Nydia Lícia-Sérgio Cardoso; o Teatro Cacilda Becker e a Companhia Tônia-Celi-Autran. Alfredo Mesquita funda também nesse período a Escola de Arte Dramática (EAD) em São Paulo.

O Teatro
de Arena foi fundado
em na (“em na”? Podiam ter revisado o texto e tirado esse errinho, né?) década de 50 em São Paulo. Novos elementos na dramaturgia brasileira são utilizados, destacando as montagens de peças como Eles (“)Não Usam Black-Tie(“ – é, essas pessoas que escreveram esse texto têm um probleminha com o uso das aspas), de Gianfrancesco Guarnieri. Sob a liderança de Augusto Boal, o Arena forma novos autores e adapta textos clássicos para que mostrem a realidade brasileira. Nesta fase o teatro brasileiro implantou o sistema curinga, no qual desapareceu a noção de protagonista, em trabalhos como Arena Conta Zumbi (1965) e Arena Conta Tiradentes (1967), que abordavam acontecimentos históricos nacionais. O Arena fechou suas portas em 1970 com o regime militar.

A censura imposta pelo novo regime obrigou os atores a encontrarem uma linguagem que driblasse as proibições. Com isso apareceram grupos irreverentes que se expressavam por meio de metáforas.

O dramaturgo Fauzi Arap escreveu peças sobre a homossexualidade. Outros grupos surgem, na mesma época, formados por jovens atores e diretores.

No Rio de Janeiro(,) destaca-se Asdrúbal Trouxe o Trombone, cujo espetáculo (“)Trate-me Leão(“) retratava a geração de classe média carioca.

Em São Paulo surge a Royal Bexiga's Company e o grupo Pod Minoga, formado por alunos de Naum Alves de Souza, com a montagem coletiva Follias Bíblicas , em 1977.

Em 1979 a censura perde a força e algumas peças proibidas nesse período são liberadas. A montagem de (“)Rasga Coração(“) , de Oduvaldo Vianna Filho, teve estréia nacional, no dia 21 de setembro do mesmo ano, no Guairinha.

Na década de 80 o teatro sofreu influência do pós-modernismo, tendo como expoente o dramaturgo Gerald Thomas. Montagens como (“)Carmem com Filtro(“) , (“)Electra com Creta(“) e (“)Quartett(“) apresentavam ironias sofisticadas e concepções ousadas.

Já na década de 90 as encenações mostraram tendências à visualidade e o retorno gradativo à palavra, por meio de montagens de textos clássicos.

O experimentalismo alcança sucesso de público e crítica nos espetáculos (“)Paraíso Perdido(“) (1992) e (“)O Livro de Jô(“) (1995), de Antônio Araújo, encenadas em um hospital e uma igreja. A técnica circense também é adotada por vários grupos da época.

Atualmente o teatro alternativo é considerado uma quarta forma de encenação porque ocupa espaços pouco usuais como galpões, banheiros públicos, cadeias ou edifícios abandonados.

(texto retirado de: http://www.tguaira.pr.gov.br/tguaira/modules/conteudo_historia/conteudo_historia.php?conteudo_historia=21)

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