quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Luiza Victória Brito Magalhães

Teatro do absurdo foi um termo criado pelo crítico norte-americano Martin Esslin, tentando colocar sob o mesmo conceito obras de dramaturgos completamente diferentes, mas que tinham como centro de sua obra o tratamento de forma inusitada da realidade. (o Teatro do Absurdo não foi, porém, nem um movimento nem uma escola e todos os criadores implicados mostram-se extremamente individualistas formando um grupo muito heterogêneo. Em comum, partilham a rejeição do teatro tradicional e a adoção da caracterização psicológica, da coerência estrutural e do poder da comunicação pelo diálogo.)
É uma forma do teatro moderno que utiliza para a criação do enredo, das personagens e do diálogo elementos chocantes do ilógico, com o objetivo de reproduzir diretamente o desatino e a falta de soluções em que estão imersos o homem e sociedade. O inaugurador desta tendência teria sido Alfred Jarry (Ubu Rei 1896). (desvela o real como se fosse irreal, com forte ironia, intensificando bem as neuroses e loucuras de personagens que, genericamente, divulgam o homem como um psicótico, um sofredor, um ser que chega às últimas conseqüências, culminando sempre na revolução, no atrito, na crise e na desgraça total. Extremamente existencialista, o Absurdo critica a falta de criatividade do homem, que condiciona toda a sua vida àquilo que julga ser o mais fácil e menos perigoso, se negando a ousar, utilizando-se de desculpas para justificar uma vida medíocre).

Os seus representantes mais importantes são Ionesco, Samuel Backett (ganhador do prêmio Nobel de Literatura por “Esperando Godot” que conta a história de dois personagens que esperam ansiosos por ajuda numa terra onde nada acontece de inovador, onde tudo se repete sem cessar, obrigando os angustiados personagens a tentar iludir a tristeza e frustração), Harold Pinter, Arhur Adamov, G. Schahadé, Antonin Artaud, J. Audiberti e J. Tardieu, na França, Fernando Arrbal, na Espanha,Günther Grass e Hildersheimer, na Alemanha.

No Brasil, destaca-se José joaquim de Campos Leão ( 1892-1883), nascido no Rio Grande do Sul, conhecido como Qorpo Santo. Cronologicamente ele é o pai do absurdo e entre suas obras estão "Certa identidade em busca de outra", "Marido extremoso" e "Mateus e Mateusa".

OBSERVAÇÕES:

  • Teatro do Absurdo é uma designação genérica formulada pelo escritor e crítico francês Martin Esslin para designar um importante acontecimento, no Teatro do século XX, que rompe com os conceitos tradicionais do teatro ocidental.

  • A principal fonte de inspiração dos dramas absurdos era a burguesia ocidental, que, segundo os teóricos do Absurdo, se distanciava cada vez mais do mundo real, por causa de suas futilidades cotidianas e o ceticismo em relação às conseqüências desastrosas que causava ao resto da sociedade.

  • A aparente condição absurda da vida é um tema existencialista que encontramos também em Sartre e Camus, mas em que estes autores recorrem à dramaturgia convencional, desenvolvendo o tema segundo uma ordem racional.

  • O objetivo maior desse gênero é promover a reflexão no público, de forma que a maioria dos roteiros absurdos procuram expor o paradoxo, a incoerência, a ignorância de seus personagens em um contexto bastante expressivo, trágico, aprofundado pela discussão psicológica de cada personagem apresentado, com uma “desconstrução” da linguagem. Essa linguagem é traduzida não só nas palavras de cada um dos personagens, e sim em todo o contexto inovador, pois cada elemento no Teatro do Absurdo influencia a mensagem, inclusive os objetos cênicos, a iluminação densa e utópica, além dos figurinos. Todos esses elementos materiais do espetáculo contribuem para o enriquecimento da mensagem que deve ser clara para não haver dúvidas por parte do público. Um outro fator importante é que, no Teatro do Absurdo, muitas vezes o cenário, o figurino e a nuanças nas interpretações se tornam ainda mais importantes do que o próprio texto.







Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_do_absurdo

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