sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

2ª Resenha de Diego Miranda

O teatro do absurdo de Beckett

O teatro do absurdo é um “estilo” de peça, podem ser descritas como surreais (O Teatro do Absurdo nasceu do Surrealismo, na segunda metade do século XX, na França, sob forte influência do drama existencial. O Teatro do Absurdo não foi uma escola, não havia uma filosofia coerente que os unificasse, esse nome foi inventado pelo crítico norte americano Martin Esslin, que tentou agrupar as peças de dramaturgos com características diferentes, mas com um ponto em comum, a maneira absurda de abordar os temas em suas obras. Os principais representantes do Teatro do Absurdo foram Samuel Beckett, Eugene Ionesco e Adamov.) também, pois são peças (Como foi falado antes por você.), histórias e livros que são simplesmente absurdas (Às vezes você se impressiona com a capacidade de algumas pessoas de descobrirem o óbvio.), quem me conhece sabe que eu adoro surrealismo, (Mas como 99% da população brasileira não conhece, fale mais de você, por favor.) tanto na pintura como na literatura e fotografia. Bem, o único problema em chamar esse estilo de “teatro do absurdo” é que você tem que deixar alguns escritores de lado, que poderiam entrar na lista. Como o Franz Kafka. Mas já que estou falando do Beckett vou deixar “teatro” mesmo.
O livro mais conhecido do escritor irlandês (que morou na França por muito tempo) é “Esperando Godot” (En attendant Godot). É uma peça com apenas dois atos sobre dois homens que esperam Godot, eles são o Vladimir e Estragon. A parte estranha, engraçada e trágica é que Godot nunca chega, e você, no final da peça, entende claramente que ele nunca chegará!
Na peça aparece também mais dois personagens importantes, o Pozzo e Lucky. Lucky é um escravo de Pozzo, ele está numa colera (Colera? Seria um neologismo ou um erro de digitação da palavra coleira?) e é mandado, mas não é um cachorro mesmo, é um homem, e por mais que ele seja o escravo, ele é mais inteligente que o Pozzo, pois pensava. Pozzo falava para o Lucky pensar, por que ele achava isso engraçado.
Pozzo e Lucky apenas passam por onde Vladimir e Estragon estavam esperando Godot. Porém, no outro dia Pozzo volta cego, e não se lembra de tê-los conhecido.
O livro pode ser engraçado (O Teatro do Absurdo usava bastante da ironia para transmitir sua mensagem), pois as falas são totalmente sem sentido às vezes, ou pode ser trágico, (Ele pode ser engraçado ou pode ser trágico? Como assim? Ou ele é uma coisa, ou outra, no máximo poderia haver momentos engraçados e momentos trágicos, mas nunca poder ser uma coisa ou outra.) como é chamado às vezes “a tragicomédia em dois atos”. A razão dele ser (de ele ser) trágico, e eu o achei quando terminei de ler, é que ele da uma sensação de desesperança e confusão, ele toca os mais profundos sentimentos de uma forma simples. (Caso você não saiba, a falta de esperança é um dos temas mais abordados no Teatro do Absurdo. Criticar a falta de criatividade do homem e mostrar que ele sempre condiciona sua vida aquilo que julga ser mais fácil, tendo assim, uma vida medíocre, ou seja, sem muita esperança de futuro.) Quem ler “Esperando Godot” e não entender isso, não entender a sua profundidade através de seus diálogos estranhos, não entendeu a peça.
“Vladimir: Depuis quand ?
Pozzo: [soundain furieux] Vous n’avez pas fini de m`empoisonner avec vos histoires de temps? C’est insensé! Quand! Quand! Un jour, ça ne vous suffir pas, un jour pareil aux autres il est devenu muet, un jour je suis devenu aveugle, un jour nous deviendrons sourds, un jour sommes nés, un jour nous mourrons, le même jour, le même instant, ça ne vous suffit pas? [plus posément.] Elles accouchent à cheval sur une tombe, le jour brille un instant, puis c’est la nuit à nouveau. [Il tire sur la corde.] En avant!”
-Tradução (feita por mim, portanto, não está maravilhosa rs):
(Hã? Não escreve bem e ainda se desvaloriza diante dos leitores?)
Vladimir: Desde quando?
Pozzo: [de repente furioso] Você não terminou de atormentar com essas suas histórias de tempo? É abominavel! (Abominável, né?) Quando! Quando! Um dia, isso não é o bastante pra você, um dia ele virou bobo, um dia eu fiquei cego, um dia nós ficaremos surdos, um dia nós nascemos, um dia morreremos, o mesmo dia, o mesmo segundo, isso não é o bastante pra você? [mais calmo]. Elas dão a luz montadas numa cova, a luz reluz um instante, depois é noite mais uma vez. [ele balança a corda] Pra frente!
Essas duas partes que estão em negrito são muito boas para mim, são no final do livro. No final há vários diálogos interessantes, normalmente do Vladimir, que parece ser o mais sensato (pelo menos entre ele e o Estragon).
No começo eles falam que vão se matar numa árvore, e ficam falando coisas sem sentido sobre como ela não vai agüentar (Agüentar?) o peso (Aqui seria uma vírgula) etc…Eles resolvem não se matar, pois talvez o Godot venha esse dia. No final do livro eles resolvem partir, mas um deles diz “E se o Godot vir amanhã?” e o outro reponde “Nós seremos salvos”. Eles resolvem partir, só que não se movem, só falam “vamos…” e depois [eles não se movem].
A peça “fala” sutilmente sobre a nossa condição humana, esperando sempre por um Godot que não existe ou que nunca chega. Sobre a nossa desesperança. (Denovo? Você já falou isso mais acima.) A peça é sobre cada um de nós. Quem é Godot? O que é Godot? Ele existe? Seria Deus? Seria a liberdade? Um objetivo humano inalcançável? Seria a certeza de nossa existência? (Pois a peça é existencialista).Samuel Beckett disse: Se eu soubesse, eu teria dito na peça.
O que nos leva a crer que não é o Godot em si que é importante, mas sim a sua espera. (Mais uma vez, descobrindo o óbvio!)
Esse livro é muito bom, li no começo desse ano, em fevereiro, mas sempre quis escrever algo sobre ele aqui, para que mais pessoas o leiam. (Essa é a lógica, se você escreve algo na internet é para que as pessoas leiam.) Foi um dos melhores livros que eu já li. Vale muito a pena.


Fragmento do texto encontrado na página:

http://letrasdespidas.wordpress.com/2007/09/05/o-teatro-absurdo-do-beckett/

3 comentários:

Anônimo disse...

Hun...Ta, você poderia tirar o meu texto do seu blog ?

-Brigada

Anônimo disse...

Por favor, retire o meu texto do seu blog...

Anônimo disse...

Por favor, retire o meu texto do seu blog...³