Fonte: http://roma-antiga.blogspot.com/2005/12/o-teatro-romano.html
O teatro Romano
O teatro romano teve diferentes gêneros. Misturando influências etruscas (influenciados pelos gregos) e de espécie de representações religiosas de caráter sério ou satírico itálicas (curiosamente de forma semelhante ao aparecimento do teatro grego), os romanos tinham uma forma embrionária de teatro quando entraram em contato com a Grécia: esse contato significou a morte do primitivo teatro romano, que imediatamente copiou as formas gregas (tragédia, comédia). Começaram por traduzir peças gregas (séc. III AC), depois estrangeiros radicados em Roma e depois romanos escreveram peças, adaptando temas gregos, ou inventando mesmo temas romanos (normalmente baseado na História); o apogeu do teatro romano dá-se no séc. III-II A.C com Plauto e Terêncio.
Quer a comédia, quer a tragédia romana, tinham diferenças com os seus modelos gregos: insistiam mais no horror e na violência no palco que era representada, grande preocupação com a moral, discursos elaborados; mesmo do ponto de vista formal existiam diferenças (na divisão em atos, no coro, etc).
Com o tempo (final da república), o público perdeu interesse pelo teatro tradicional, pois a concorrência dos espetáculos com mais ação (gladiadores, corridas de carros), e a criação de gêneros teatrais mais simples como as pantominas (representação de um único ator de uma peça simples e de fácil reconhecimento pela audiência, em que não falava, dançava, fazia gestos, e era acompanhado por músicos e um coro) e mimos (histórias também simples ,mas com vários atores, em que normalmente se satirizava tipos sociais de forma mesmo obscena), levaram ao seu quase abandono. No período imperial, se na parte oriental do império continuaram a representar as peças tradicionais (sobretudo de autores da chamada nova comédia como Menandro e não Ésquilo e Sófocles), no ocidente houve uma tentativa de autores como Séneca de ressuscitar o gênero. Já o público preferia os espetáculo de mimos e pantominas (outro motivo apresentado era a dificuldade dos latinos menos instruídos de compreenderem peças complexas, e preferirem espetáculos simples e que apelassem aos sentidos).
Com o advento da Igreja, esta viu com maus olhos gêneros artísticos que ou se referiam a deuses pagãos ou troçavam abertamente dela (como os espetáculos de mimos), levando à sua progressiva perseguição, para além dos aspectos que consideravam imorais (representação de cenas licenciosas ou mesmo nudez).
A última referência que existe de uma representação de uma peça de teatro é do séc. VI (e sabe-se que Teodora, a imperatriz esposa de Justiniano fora atriz de teatro). Depois disso, só se ouve falar dos artistas de teatro pelas proibições sucessivas e sermões de membros da igreja que referem mimos que andam de terra em terra espalhando a imoralidade. Os romanos construíram vários teatros (especificamente para representações), mas na maioria dos casos nas pequenas cidades utilizavam edifícios para vários usos (anfiteatros), usando para espetáculos de gladiadores, corridas, representações. Dedicar-se ao teatro era muito mal visto: os atores eram normalmente escravos ou ex-escravos; raramente mulheres representavam, tendo má reputação as que o faziam (os papéis femininos eram feitos por homens). Ficaram conhecidos imperadores com uma enorme paixão pelo teatro. Nero é o mais conhecido: adorava espetáculos de mimos (acabou por casar com um depois de se livrar de Pompéia) e representava ele próprio; dado o baixo estatuto dos atores (normalmente escravos ou ex-escravos), isso foi motivo de escândalo. Deve-se notar também, que vários imperadores apresentados como cruéis ordenavam que os espetáculos se tornassem realistas: quando aparecia no goiano que o personagem era morto, substituíam-se os atores por um condenado à morte (existe registrado o caso de uma representação de uma peça que relatava a união entre Europa e Zeus sobre a forma de touro e uma condenada à morte foi de fato unida a um touro).
Comentários
Concordo com o que esta sendo abordado no texto, apesar de observar em certos momentos um pouco de exagero. Penso que o declínio da sociedade grega coincidiu com o florescer do Império Romano, e foi aí que romanos foram buscar o teatro nos gregos. O teatro tomou duas formas: a Fabula Palliata e a Fabula Togata. A Fabula Palliata consistia em peças gregas traduzidas para Latim. Este termo abrange também as peças romanas baseadas em peças gregas.
A Fabula Togatta é de origem romana e os temas eram farsas e situações de humor de origem física. O autor que melhor ilustra estes dramas é Platus (250 – 184 a.C.).
Neste período, o teatro romano degenerou em espetáculos obscenos e brutais (tal como espetáculos de gladiadores, que conhecemos bem de filmes de Hollywood), talvez como reflexão de uma sociedade. Peças de conteúdos mais sérios também eram escritas, não para serem encenadas, mas sim lidas ou recitadas ; no entanto, em alguns momentos o texto não deixa isso claro.
O impacto que o teatro romano causou na Igreja não foi bom. A tendência para comédias de baixo nível, associadas ao entretenimento de arena (e também ao martírio dos primeiros cristãos), contribuiu para a desaprovação deste tipo de espetáculos, que acabaram por desaparecer.
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